segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cheiro de saudade



Havia um cheiro de saudade espalhado nas cartas e nos versos escritos aleatoriamente
Era o cheiro que emanava dos cabelos, da pele e de cada célula sua faminta de amor
O quarto bagunçado, papéis, cartas, livros e discos pelo chão, todos denunciavam a agonia da sua ausência
Não sabia mais por onde você andava, mas a via de longe como uma miragem num deserto
Não tinha certeza de que você existia, talvez fosse um delírio meu, fruto de um egoísmo exacerbado ou talvez você existisse mas que somente eu pudesse enxergá-la e desfrutá-la de longe.
E mesmo que de longe pudesse enxergá-la, ainda assim, sentia o cheiro da saudade que invadia o meu quarto, as minhas coisas e devorava-me os sentidos à sua procura.