sexta-feira, 20 de abril de 2018

(Re)Encontro




Em Aracaju,
 na Rua da Frente
 Sergipe e Bahia,
Fizeram nascer uma Cachoeira
Com a benção de Santo Antônio de Jesus 
Salve, Salvador!
A Valença dos reencontros
Que encontram na coincidência do concreto
Mais que duas bolsas iguais
Desfilando nos Mercados Municipais, de Aracaju, de Cachoeira
Atravessando a ponte D.Pedro II
Sob o Paraguaçu
Criando pontes
Para outros planetas










Rima

Prosa e riso. Conciso. 
Entre a analítica e o coração, uma conjunção.
Riso e prosa. Virtuosa.
Porém, conflituosa.





domingo, 30 de julho de 2017

Bendita

Bendita sois vois
Que proclama as madrugadas
E neurotransmite os flashs
Dos filmes que você ainda não viu
O som da música que você nunca pediu
O amor que ainda não existiu


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Tuberculose : o manjar dos boêmios desiludidos


A tuberculose é selo dos boêmios. Conhecida como doença do amor. Também chamada de doença dos poetas. Noel Rosa, Castro Alves, Álvares de Azevedo foram dizimados pela enfermidade que carrega em si a tosse e a poesia crônica. Em cada verso escarrado, um pingo de sangue.
Cigarro, bebidas, noitadas, depressão e falta de zelo na alimentação são sempre associados como potenciais combinações astrológicas com o Mycobacterium tuberculosis, a bactéria, bacilo ou microorganismo (como você preferir chamar) causadora e transmissora.
Ambiente criado, na maioria das vezes, pelas dores das paixões mal resolvidas ou não correspondidas. A doença traz a febre, a dor, o sangue e o isolamento. Boêmios desiludidos, depressivos, isolados, poetas mal-amados condenados à solidão e à febre: Descansem em paz!



terça-feira, 23 de junho de 2015

Letras

Ela tem os dois lados da mesma moeda. A fusão da sensualidade com a pureza. Da singeleza à languidez. Não tenho coragem de fixar por muito o mel dos olhos. É que naqueles olhos a sensatez despe minha alma. Ela é como uma estampa gravada numa camisa branca, a 190 graus Celsius. Me embaraço, e com todas as LETRAS acabo por perguntar:
Como você sabe?

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Costurar o sono

Enquanto costuras meu sono busco uma dose de canto. Quem sabe assim eu ouse criar um conto. Quem sabe assim eu lhe conto. Que nome tem esse encanto.  Já eram quase 3h da madrugada quando a insônia me costurava o sono. Pela janela me pus a olhar a rua. Avistei o silêncio do vazio daquela madrugada fria e se pôs a dedilhar. Me dirigi até a geladeira, abri a porta e por instantes sonhei acordada, esquecendo o que procurava ali. Retornei à janela e me pus a olhar a garoa que começava a cair. Pensei em escrever um conto que contasse as cores e as dores da mulher que havia me roubado o sono. Estou escrevendo.

Amar sem interrogações

As malas já estavam prontas. Deixe-as em cima da cama e me dirigi até a janela. Acendi um cigarro.O sol partiria daqui a poucas horas. Desejei ir embora antes dele. Ela se pôs a me observar enquanto as lágrimas lhe escapavam dos amendoados olhos negros. "Me leva contigo". Fitei-a em silêncio enquanto meu coração batia aceleradamente.  Minha vida já estava marcada por aquela mulher. Mas eu queria amá-la sem pedir nada em troca. Escolhi um tempo comigo. Mas não prometi voltar, apenas avisei que partiria. Se ficasse o nosso amor seria corroído por minhas interrogações. Apaguei o cigarro sob a janela. Ela continuava a chorar. Não compreendia minha partida. Quem me compreenderia afinal?Em silêncio peguei as malas e me dirigi ao meu Karmann.  Ela correu até mim e em meio às lágrimas balbuciou que eu não precisava mais retornar. Arranquei o carro e parti sem saber para onde estava indo. O sol se punha em meu caminho. Eu a amava, mas precisava deixá-la voar sem mim. Eu também precisava voar sem mim para quem sabe me encontrar. Não é fácil dizer a Deus. Parei no primeiro bar que encontrei. "O que deseja?" Uma cerveja". "Algo mais?". "Amar, amar sem interrogações". Silêncio.