sábado, 30 de julho de 2011

Um drink, por favor.



Estávamos ali, sentados diante do outro a parafrasear bobeiras. Chovia forte, fazia frio.
Vermelhos e cálidos, seus lábios entrabertos por instantes fitaram os meus, como se os desejasse vorazmente.
Apenas a flor de canela sobre a mesa nos separava.
Seu cheiro me convidava.
Ensurdeci por munutos a te olhar.
- Estás ouvindo o que falo?
- Sim, sim, me desculpe, estava a pensar alto.
- Bem, preciso ir.
- Mas é que... Bom, tudo bem então.
- Nos vemos em breve. Até.
- Até

Não sabia escolher as melhores palavras para me dirigir àquela moça. Nem ao menos para dizer um simples adeus.
Restou-me a mesa, a flor de canela, o cheiro daquela pele, a lembrança dos lábios e a imagem dela partindo.
Eu a amava, mas não conseguia dizer. Apenas sentir.
- Garçon!
- Pois não, senhor?
- Um drink, por favor.

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